Comidas típicas do Brasil
Pratos tradicionais de norte a sul do país e sugestões de onde apreciá-los
Um banquete de carne de sol inclui sempre feijão-verde, macaxeira,
farofa d'água, pirão de leite e vinagrete. Mas não se deixe enganar pelo
nome do ingrediente principal: a carne salgada descansa previamente na geladeira ou em câmara fria,
e não no sol, que a deixaria mais dura e desidratada, originando a
famosa carne-seca. Extraída de coxão mole ou duro, a peça é assada na
grelha ou frita na manteiga de garrafa.
São Luís (MA)
Não há churrasco igual ao feito no Rio Grande do Sul
- pelo menos segundo os gaúchos. Os mais tradicionalistas abominam
rodízio (ou espeto corrido) e torcem o nariz para bufê de salada. Para
eles, a farinha de mandioca é a melhor companhia para a carne. Também
não têm interesse pelo filé-mignon - suas preferências são a costela e a
picanha. Muitas churrascarias de Porto Alegre servem, à la carte,
carnes de boi, porco, carneiro e galeto no espeto, temperadas só com sal
grosso, que impede o ressecamento e garante sabor e maciez.
Principal ingrediente da cozinha do Pará o tucupi é extraído do suco da
raiz da mandioca-brava, que precisa ser fervido demoradamente para
perder o venenoso ácido cianídrico. No último estágio adicionam-se
chicória, alfavaca e sal. É no equilíbrio
entre esses temperos e o tempo de fervura que se obtém o líquido
fundamental na receita do pato no tucupi. No tacacá, um caldo inspirado
na culinária indígena, o tucupi dá um toque na combinação entre goma de
mandioca, camarão seco, pimenta-de-cheiro e jambu.
Nas águas de Florianópolis as ostras encontram as condições ideais para
se desenvolver. O canal entre a ilha e o continente recebe um fluxo
constante de nutrientes marinhos, sob temperatura amena. Ali o molusco
está pronto para o consumo em apenas oito meses - em outras regiões, o ciclo completo
pode chegar a quatro anos. Por isso, a ilha é a maior produtora da
iguaria no país. No bairro de Ribeirão da Ilha, as criações ficam ao
lado dos restaurantes, que servem as versões no bafo e gratinada, as
mais pedidas, e in natura
, a preferida dos gourmets. Na hora de comer, observe se a ostra tem aparência de hidratada e cheira à maresia, características de seu frescor.
De carne consistente, o pintado pode ser saboreado grelhado, à urucum (com creme de leite, leite de coco,
molho de tomate e mussarela), ensopado com mandioca, no prato conhecido
como mojica de pintado. Já o dourado solta as espinhas se for assado
lentamente. Do pacu se comem as longas costelas fritas (ventrechas).
Carro-chefe da maioria dos restaurantes da costa do Espírito Santo, a moqueca capixaba é feita na tradicional panela de barro
- comprada, de preferência, na Associação das Paneleiras de Goiabeiras,
emVitória. Nela, cozinha-se um bom filé de peixe em molho à base de
tomate, coentro, cebola, cebolinha, azeite e urucum. Em muitos locais,
camarões e outros frutos do mar também entram no preparo. Levado à mesa
na panela fumegante, o prato é acompanhado de pirão, moqueca de banana e
arroz.
Presente em cardápios de todo o país e famosa até no exterior,
ela faz jus ao título de prato nacional. Embora existam muitas versões
da receita, prevalece a servida na cidade do Rio de Janeiro
(http://viajeaqui.abril.com.br/destinos/rio-de-janeiro), onde surgiu o
primeiro registro do termo "feijoada". Na panela, acrescido de
carne-seca, paio, linguiça, lombo, costela, pé, orelha e rabo de porco,
o feijão-preto rende um saboroso e consistente caldo, servido com
arroz, laranja, torresmo e couve (em diversos lugares, também com
linguiça frita e banana à milanesa). Antes de ir para o fogão, as carnes
precisam ser dessalgadas, processo que deve começar pelo menos um dia
antes do cozimento.
Antes de ir à mesa, a ave guisada (ensopada) e em pedaços é acrescida do
próprio sangue, colhido no momento do abate e misturado ao vinagre para
não coagular. O resultado é um molho escuro - daí o nome do prato. Em
Portugal, de onde a receita foi trazida, se chama "galinha à cabidela", e
a técnica de preparo com sangue estende-se a aves como pato, ganso e
marreco. Na cozinha mineira, o frango aparece em outras duas receitas
tradicionais, com folhas de ora-pro-nóbis e com quiabo.
http://viajeaqui.abril.com.br
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